Bruna Caparica, Filha, 1885–1908 (aged 23 anos)
- Nome
- Bruna /Caparica/, Filha
Nascimento | por volta de 1885
44
28 |
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Profissão | Professora Primária |
Nascimento de um irmão | Orestes Caparica 26 Outubro 1888 (aged 3 anos) |
Falecimento de um avô materno | Luiz Antonio Figueiredo 12 Outubro 1891 (aged 6 anos) |
Sepultamento de um avô materno | Luiz Antonio Figueiredo por volta de 12 Outubro 1891 (aged 6 anos) Fonte: Provável sepultamento em Joanópolis. |
Sepultamento de um avô materno | Luiz Antonio Figueiredo 13 Outubro 1896 (aged 11 anos) Texto gravado na lápide de Luiz Antonio Figueiredo no Cemitério de Joanópolis - SP: "Restos mortaes de Luiz Antonio de Figueiredo nascido a 9 de dezembro de 1823 e fallecido a 12 de outubro de 1891 e para aqui trasladados do Cemitério de S. Antonio da Cachoeira a 13 de outubro de 1896. Tributo de amor e gratidão de seu filho João Ernesto de Figueiredo". |
Falecimento de uma irmã | Othília Caparica 28 Outubro 1896 (aged 11 anos) |
Falecimento de uma irmã | Gerôncia Caparica 13 Março 1900 (aged 15 anos) |
Nascimento de uma irmã | Olga Caparica 27 Dezembro 1901 (aged 16 anos) |
Falecimento do pai | Anselmo Gonçalves Caparica 30 Junho 1902 (aged 17 anos) |
Falecimento de uma irmã | Olga Caparica 31 Outubro 1902 (aged 17 anos) |
Falecimento | por volta de 1908 (aged 23 anos) |
pai |
1840–1902
Nascimento: 25 Agosto 1840 — Atibaia, SP, Brasil Falecimento: 30 Junho 1902 — Joanópolis, SP, Brasil |
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mãe |
1856–1911
Nascimento: 6 Outubro 1856
32 Falecimento: 8 Março 1911 — Joanópolis, SP, Brasil |
Casamento | Casamento — por volta de 1872 — |
3 anos
irmã mais velha |
1874–1896
Nascimento: 17 Novembro 1874
34
18 Falecimento: 28 Outubro 1896 — Joanópolis, SP, Brasil |
|
1874–1900
Nascimento: 18 Outubro 1874
34
18 Falecimento: 13 Março 1900 — Joanópolis, SP, Brasil |
irmão | |
irmã | |
herself |
1885–1908
Nascimento: por volta de 1885
44
28 — São João do Curralinho (atual Joanópolis), SP, Brasil Falecimento: por volta de 1908 — Joanópolis, SP, Brasil |
4 anos
irmão mais novo |
1888–1932
Nascimento: 26 Outubro 1888
48
32 — Joanópolis, SP, Brasil Falecimento: 15 Dezembro 1932 — São Paulo, SP, Brasil |
irmã | |
irmã | |
irmão | |
irmã mais nova |
1901–1902
Nascimento: 27 Dezembro 1901
61
45 — Joanópolis, SP, Brasil Falecimento: 31 Outubro 1902 — Joanópolis, SP, Brasil |
Nota | Segue abaixo texto da lavra de Valter Cassalho sobre esta ilustre pessoa Bruna Caparica Filha. A PRIMEIRA PROFESSORA DE JOANÓPOLIS Professora Bruna Caparica Filha Em 1872 chegava em definitivo para residir no bairro do Curralinho do então município de Santo Antonio da Cachoeira, os recém casados Anselmo Caparica e Bruna Figueiredo, filha do ilustre Luiz Antonio Figueiredo e de Maria Escolástica de Ornellas da família Oliveira Preto. O casal estabeleceu-se nas terras do sogro, nascendo ali os seguintes filhos: Otilia, Gerôncia, Evilasio, Benedita, Bruna, Orestes, Maria, Antonia e Joaquim. A menina Bruna nasceu em 1885 e recebeu em homenagem à mãe o nome de Bruna Caparica Filha, herdando a inteligência e vivacidade dos Caparica, a audácia e fibra dos Figueiredo. Trazia no sangue as mais antigas raízes das famílias curralinhenses, nobreza portuguesa e bandeirante do Brasil (Caparica, Figueiredo, Ornellas, Oliveira Preto). Ao concluir idade foi estudar no tradicional Colégio de Nossa Senhora do Bom Conselho, no município de Taubaté, onde permaneceu por nove anos, vindo somente nas férias para conviver com a família e sua terra natal. Como todos os seus irmãos era conhecedora de música tornando-se excelente pianista, chegando mesmo a dar aulas deste instrumento no referido colégio. Pelas suas opiniões em crônicas, fica evidente que Bruna era uma mulher à frente de seu tempo, assim como fora seu pai, o republicano histórico da região; com isso ficava claro que não era uma mulher destinada ao lar e aos afazeres domésticos. Na casa de seu pai e de seu tio (Coronel Figueiredo), as reuniões políticas curralinhenses aconteciam e com certeza deve ter ouvido muito e quem sabe, até opinado nelas. Neste ínterim, entre a vida do colégio e as férias na pequenina cidade, com seus saraus e sonhos de adolescente, cresceria a jovem e imponente Bruna, a filha. Na festiva virada do século em 1901, portanto há cem anos, tornara-se a professora Bruna, a primeira curralinhense do novo município a se tornar educadora. Com seus florescentes anos demonstrava excelentes conhecimentos e dom para a educação, lia muito, inclusive Chateaubriand, falava francês, escrevia bem e convivia com os intelectuais da época. A professora Bruna Caparica auxiliava seu cunhado Antonio Ferreira de Almeida no Jornal O Munícipe, transcrevendo matérias e escrevendo crônicas para jornais do Curralinho e outras cidades. Sua inclinação para a educação levaria a formar uma escola particular mista no ano de 1902, firmando-se como educadora. Foi a primeira mulher no município a exercer este cargo em caráter particular, com a inovação de estudarem na mesma sala meninas e meninos. Neste período as escolas do Governo eram divididas por gênero, a primeira cadeira do sexo masculino foi criada em 1833, a feminina em 1895, porém a mesma não foi ocupada por muitos anos, haja visto que a cadeira assumida por Eugenia Martinessi, ficou sem professora até 1907. O comum era a contratação de professores particulares junto às fazendas, sendo toda preferência dada ao sexo masculino e obviamente às famílias de posses. Bruna Caparica Filha demonstrava intensa preocupação com a situação, defendendo a extensão do ensino as mulheres, haja visto que em sua escola de 1902, entre seus mais de 30 alunos, havia a presença maciça de meninas em relação aos meninos. Entre seus alunos destacavam-se seus sobrinhos: a futura conceituada educadora Adilia Ferreira de Almeida e o ilustre Almeida Júnior (que seria anos mais tarde Secretário da Educação do Estado de São Paulo). Em 09 de julho de 1903 graças aos seus esforços, a Câmara Municipal decretou uma Lei criando uma Escola Municipal para o sexo feminino, com 25 alunas matriculadas, sendo a cadeira provida pela jovem professora Bruna. Assim referiu-se um jornal da época: “Foi este um dos melhores actos de nossa municipalidade, porquanto até esta data não se pôde conseguir que a cadeira aqui existente e creada pelo governo fosse provida”. Portanto, isso prova em definitivo que a PRIMEIRA PROFESSORA, a primeira mulher neste município a exercer o cargo educacional para o sexo feminino foi BRUNA CAPARICA FILHA, a qual já possuía desde o ano anterior uma escola particular mista. Graças a esta escola particular e ao seu trabalho, conseguiu a criação de uma escola pública municipal para as mulheres. A professora continuava seu árduo trabalho, educando os jovens, conscientizando os pais, divulgando seus pensamentos aos leitores. No dia 16 de dezembro de 1903, realizaram-se os primeiros exames da escola municipal do sexo feminino, sendo algumas alunas levadas a uma mesa examinadora, composta por influentes cidadãos, sob a presidência de José Cândido de Campos, presidente da Câmara Municipal. Esta era a prova de fogo da professora, ver seu trabalho avaliado, pela primeira vez, perante a municipalidade. Imagino a agonia e tensão da professora neste instante, bem como a satisfação a cada resposta das suas queridas alunas que obviamente não a decepcionaram no seu laborioso empenho. Apesar de toda essa vivacidade e atividade, a saúde da professora era frágil. Desde 1907 Bruna não parecia ser a mesma, gripes constantes, febres, tosses, o fantasma que atemorizava muitas pessoas da época e também sua família fazia-se presente, logo perceberam que os sintomas eram os mesmos de sua falecida irmã Gerôncia. A tuberculose, a doença do século, fazia-se presente em mais uma jovem. Medicamentos, tratamentos, orações, viagens, tudo em vão. A segunda metade de 1908 foi um triste momento para a família; sem esperanças de cura, necessitando cuidados redobrados, Bruna piorava a cada dia. No dia 13 de dezembro prevendo o fim próximo, pediu seu pequeno diário, o qual havia comprado na estação de trem em Bragança em uma de suas viagens, nele escreveu suas ultima palavras: “É chegado meu último momento. Aprouve ao céu privar-me da grande consolação deste lar. Meu derradeiro suspiro na terra que tanto amei. A minha morte não é uma fatalidade ou uma desventura. Não quero que minha família se entregue ao desalento. É preciso...”(aqui ela exausta interrompe seus escritos). Horas depois, já na madrugada do dia 14, por volta da uma e meia, a agonizante Bruna Caparica Filha entrega sua alma a Deus, enlutando todo o município. Imediatamente a noticia foi propagada, a casa amanheceu rodeada de amigos, principalmente muitos jovens. Nem o temor da terrível doença impediu que a população comparecesse em massa para render suas homenagens. Após o velório, o corpo foi carregado por moças vestidas de branco e empunhando coroas de flores naturais. O longo cortejo era composto por políticos, familiares, representantes de jornais, amigos, conhecidos e pranteado pelos seus alunos. No cemitério, ao baixar o corpo, foi proferido pelo professor normalista, Jayme Candelária um belíssimo discurso. Assim encerrou-se a vida de uma ilustre joanopolense, que no inicio do século XX, numa sociedade paternalista e machista, conseguiu inovar e concretizar seus objetivos. A história completa de Bruna Caparica Filha encontra-se arquivada na Câmara Municipal de Joanópolis onde está em andamento um projeto para que a mesma seja a patrona da próxima escola do município. Espero que as paixões políticas e partidárias de alguns vereadores não venham a embaraçar este importante projeto que traz à tona a memória de uma grande personagem, que representa todas as professoras que realmente fazem jus ao título de educadoras. Valter Cassalho |
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